A Associação dos Amigos da Oncologia – AMO – se soma à mais uma edição da campanha “Setembro Dourado”, que tem como objetivo principal alertar e conscientizar a população em geral sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil, fator que eleva significativamente as chances de cura. A campanha engloba ações como orientação educativa, distribuição e uso de laços dourados e divulgação de conteúdos informativos.
De acordo com as mais recentes estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar 7.930 novos casos de câncer em crianças e adolescentes somente em 2025, com 4.230 casos novos em meninos e 3.700 em meninas, o que corresponde a um risco estimado de 135 para cada 1 milhão de crianças e adolescentes. Estima-se também a incidência global de aproximadamente 430 mil casos novos de câncer entre crianças e adolescentes até o final deste ano.
Diferentemente dos tumores em adultos, que muitas vezes estão associados a fatores de risco ligados ao estilo de vida, o câncer na infância e na adolescência geralmente não tem causas conhecidas e se origina de alterações celulares que ocorrem ainda no período embrionário. Os tipos de câncer mais comuns nessa faixa etária (0 a 19 anos) são as leucemias (28% do total de casos), seguidos pelos tumores do sistema nervoso central (26%) e os linfomas (8%).
Um dos maiores desafios para a detecção precoce do câncer infantojuvenil é que muitos de seus sintomas podem ser confundidos com os de doenças comuns na infância, por isso, a persistência e a atenção a sinais incomuns são fundamentais.
Os pais e responsáveis devem estar atentos a sintomas como palidez, hematomas ou sangramentos inexplicáveis, dores ósseas ou nas articulações, caroços ou inchaços indolores, febre prolongada e sem causa aparente, dores de cabeça persistentes e vômitos, perda de peso inexplicada, fadiga constante, dificuldade de engolir alimentos e alterações oculares (aumento dos olhos, reflexo esbranquiçado no olho – olho de gato).
O surgimento rápido e a natureza agressiva de muitos desses tumores tornam o diagnóstico precoce uma ferramenta ainda mais crucial para o sucesso do tratamento. Quando diagnosticado em seus estágios iniciais, o câncer infantojuvenil tem altas taxas de cura, como apontam dados do INCA, em que cerca de 80% dos casos no Brasil podem ser curados se a doença for detectada precocemente e tratada em centros especializados. O tratamento geralmente envolve quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, cirurgia ou transplante de medula óssea.
A atuação de equipe multidisciplinar e de redes de apoio é muito importante para o combate do câncer infantojuvenil. Essa equipe é composta por oncologista pediátrico, hematologista pediátrico, cirurgião oncológico pediátrico, radioterapeuta, médicos consultores, enfermeiro, odontólogo, psicólogo, fisioterapeuta, assistente social e nutricionista. As instituições sociais com suas casas de apoio – como a AMO – atuam como redes de suporte e desempenham também papel fundamental na luta contra o câncer.