Anestesiologista apresenta palestra sobre dor na oncologia

29/08/2016

A médica anestesiologista Raquel Amorim participou do segundo encontro do Curso de Cuidador com a palestra “Dor em Oncologia”. O curso tem como objetivo capacitar cuidadores e voluntários da assistência à pessoa com câncer sobre as circunstâncias e possibilidades do cuidar neste mês de agosto dedicado à medicina da dor e dos cuidados paliativos.

De acordo com a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, 80% das pessoas que procuram o Sistema Único de Saúde – SUS é por causa da dor. Cerca de 40% dos brasileiros sofrem algum tipo de dor crônica e 69% têm dor crônica na coluna há mais de um ano. E, ainda, 32,9% dos brasileiros que têm dor crônica não utilizaram nenhum medicamento no último ano.

SENSAÇÃO DA DOR
A Associação Internacional para o Estudo da Dor – IASP classifica a dor como uma experiência sensorial e emocional desagradável que é associada a lesões reais ou potenciais. Para a médica Raquel Amorim, a dor é o que o paciente diz sentir e ela pode ser aguda com duração de até três meses ou crônica, quando ultrapassa esse período.

“A dor é, na verdade, uma experiência multidimensional, com características sensitivas, afetivas e cognitivas. Ela pode gerar desconforto, incerteza, medo, ansiedade, desamparo, atenção, estado de alerta, de antecipação, e controle percebido”, define Raquel Amorim, que está se especializando em dor.

DOR EM ONCOLOGIA
Na oncologia, a dor pode surgir com a própria doença por meio de isquemia ou alguma inflamação; por meio do tratamento, principalmente com a radioterapia, a quimioterapia e doenças oportunistas; ou ainda, com dores do tipo músculo-esquelética.

Para identificar a dor, o corpo apresenta muitos sinais a exemplo de caretas, posição antálgica (para reduzir a dor), agitação, tremor, mudança da voz, choro, gemido, taquicardia, aumento da pressão arterial, sudorese e midríase (dilatação da pupila).

Segundo Raquel Amorim, o tratamento da dor em oncologia necessita de uma avaliação padronizada com anamnese e exame físico e parte para as características da dor, tratamento em si, reavaliação do paciente e ajustes para amenizar o sofrimento.

“Os tratamentos são, em geral, com medidas não farmacológicas, com medicamentos, bloqueios anestésicos ou com procedimentos cirúrgicos. Há, também, medidas físicas com calor ou frio local, massagem, fisioterapia e acupuntura”, explica a médica.

CUIDADOS
É preciso identificar e caracterizar a dor com seu início, sua localização, intensidade, qualidade, frequência, duração, evolução e conhecer os fatores de melhora e piora de sintomas associados. Por isso, a médica Raquel Amorim orientou os mais de 40 participantes do curso sobre os cuidados com uso de analgésicos como a dipirona, o paracetamol, anti-inflamatórios, opióides como a morfina, antidepressivos e anticonvulsivantes.

SOBRE O CURSO
O Curso de Cuidador está em sua quarta edição e é uma ação do Projeto Cativar, implantado na AMO em 2012, com objetivo de oferecer às pessoas com câncer – em especial àquelas cujo tratamento curativo não responde mais – cuidados paliativos para possibilitar melhorias e mais qualidade de vida.

*Raquel Amorim é anestesiologista do Hospital de Urgências de Sergipe – HUSE, do Hospital Santa Izabel e da Santa Casa de Misericórdia da Bahia. Graduada em medicina pela Universidade Federal de Sergipe, Raquel atua como médica da dor na Clínica Onco-Cirurgia e está se especializando em dor pela Universidade de São Paulo.

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